segunda-feira, 18 de julho de 2011

Teodicéia: Deus existe porque pensamos? Ou pensamos que Deus existe?

  

Uma indagação bastante inquietante: De onde veio a idéia de Deus?

A idéia de Deus tem que provir de algum lugar, ela não poderia surgir do nada, é axioma que do nada nada se cria, nem uma idéia, nem um ser humano, nem um Deus. Mesmo os ateus que negam a existência de Deus o negam por existir neles a idéia de Deus.

Contudo o que questiono é: As idéias que representam as coisas naturais não contêm nada de excepcionalmente perfeito que não pudessem ser produzidas por um ser humano, porque o ser humano e as coisas naturais encontram-se no mesmo plano da realidade objetiva. 

Porém, no que diz respeito à idéia de Deus absoluta, atemporal, criadora é difícil pensar que um ser humano a pudesse ter criado. A idéia de Deus é a única idéia na qual não pode vir de um ser humano pois, nenhum ser humano possui as perfeições que estão representadas nessa idéia. E não adianta dizer que não conhecemos essa idéia. Se nós não conhecemos não poderíamos nem negá-la, pois a negação já inclui a existência. Só negamos algo que existe, Deus precisa existir para eu poder negá-lo.

Descartes diz-nos que: ''a causa de uma idéia deve ter (pelo menos) tanta perfeição quanto a perfeição que a idéia representa, e por isso, a causa da idéia de uma entidade com as características de Deus só pode vir de Deus, assim como a causa da idéia de uma substância infinita só pode ser uma substância infinita''. Se não existir esse ser perfeito como poderia saber que sou imperfeito? Como eu poderia saber das necessidades da minha natureza, se não existe nada mais perfeito do que eu?

Resta a idéia de que a perfeição não tendo sua origem no nada e nem tampouco em um ser imperfeito por natureza, só pode ter sido posta na razão por um ser perfeito.

Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito. A idéia de perfeição posta na razão sugere a existência de um ser perfeito, pois seria contraditória a existência da perfeição sem um ser perfeito que a tenha criado.

Assim, a existência de uma idéia de perfeição que existe em nossa mente, comprova a existência de um ser perfeito que a criou e a colocou em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser chamado de Deus.

Mas os ateus afirmam que esse argumento não é valido e que a existência de deus não está provada, que há milhões de crentes, mas que isso é uma declaração sobre a humanidade e não sobre deus. Segundo os ateus as religiões surgiram para lidar com a morte e o medo do desconhecido.

Que a Bíblia é contraditória. E um exemplo que eles citam exemplo é da discrepância entre as genealogias de Jesus dadas por Mateus e Lucas. A história da ressurreição de Jesus, contada por pelo menos 5 escritores diferentes, é irremediavelmente irreconciliável. Segundo os ateus peritos descobriram centenas de erros bíblicos que não têm sido satisfatoriamente explicados por apologistas.

A Bíblia, tal como outros escritos religiosos, pode ser explicada em termos puramente naturais. Não há razão para exigir que seja ou completamente verdadeira ou completamente falsa. O cristianismo está repleto de paralelos de mitos pagãos, e a sua emergência como seita messiânica do século II resulta das suas origens sectárias judaicas. Os autores dos evangelhos admitem que estão a escrever propaganda religiosa (João 20:31), o que é uma pista de que devem ser tomados com algumas reservas.


Aposta Pascal no meio desse tiroteio de conceitos pós e contra a existência de Deus:

“Não se pode provar que Deus existe. Mas se Deus existe, o crente ganha tudo (céu) e o descrente perde tudo (inferno). Se Deus não existe, o crente nada perde e o descrente nada ganha. Portanto, há tudo a ganhar e nada a perder ao acreditar em Deus.”

E você de que lado está: Cristão (teista) ou racionalista? (ateista, agnóstico, cético)



Vamos dialetizar. Gostaria que deixasse seu comentário ao vistar este blog.



Cícero Moreira dos Santos
Estudante de Teologia


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