terça-feira, 26 de julho de 2011

Religião e Ciência

       A essência da religião refere-se à doutrina sobrenatural, inobservável, revelada... Nisso a ciência (de observação) não pode nem afirmar, nem negar, nem interpretar... E a inversa também é verdadeira: as religiões não devem afirmar, nem negar, nem interpretar... fatos, observáveis, de nosso mundo. 

     A teologia parte da revelação, mas antes deve a ciência de observação demonstrar que houve tal revelação, e não mera invenção humana. Do contrario, como até com ironia dizia o grande teólogo e grande parapsicólogo Pe. Karl Rhaner S.J., não seria teologia senão “teologúmena” ou disquisições de teólogos... 
    
     Mesmo as ciências chamadas especulativas, como a filosofia, devem apoiar-se na ciência de observação. A filosofia usa o raciocínio, a lógica, a partir de fatos bem estabelecidos pela ciência de observação e inclusive a partir de verdades bem estabelecidas pela teologia. Se não for assim, não seria filosofia senão sofisma.
     
     Ora, o conjunto dos ramos da ciência, tanto de observação como especulativa, que estuda os fatos incomuns, e por isso misteriosos, observáveis, de nosso mundo, relacionados com o homem, como são também os milagres, é a parapsicologia. 

    Corresponde à parapsicologia estudar os fundamentos, verdadeiros ou falsos, de todas as religiões. Foram reveladas ou foram inventadas? Por fim (!) o reconheceu o Concilio Vaticano II: “O fato da revelação corresponde à parapsicologia demonstrá-lo” (embora posteriormente, para evitar mal-entendidos por pessoas mal-informadas, substituíram o termo parapsicologia por ciências humanas).

   E é precisamente por isto, que a parapsicologia é a ciência mais amada e mais odiada. Tanto mais amada, quanto mais sinceras e maduras as pessoas que procuram base racional para sua fé na doutrina revelada. Tanto mais odiada, quanto mais fanáticas ou exploradoras as pessoas que vêem que a parapsicologia derruba suas invenções e interpretações supersticiosas.

   Muitos consideram os “estudos e livros” como “letra morta”, não querem estudar para ter uma religião racional com argumentos, e preferem “achologia”: subjetivismo e superstição... ,

Bem diferente é o que recomenda o Apóstolo Paulo: 

"Eu te conjuro, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir julgar os vivos e os mortos, pela sua Aparição e por seu Reino: proclama a palavra, insiste, no tempo oportuno e no inoportuno, refuta, ameaça, exorta com toda constância e doutrina. Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrario, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo cócegas nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão da verdade os seus ouvidos, orientando-os para as fábulas. Tu, porém, faze o trabalho de evangelizar, contenta-te com isso, suporta a perseguição, realiza plenamente o teu ministério” (2Tm 4,1-5). E outros muitos textos que poderia aduzir.

Repito: O que importa, e corresponde à parapsicologia, é analisar as “credenciais”, as provas, que cada religião apresenta...



Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

Nenhum comentário:

Postar um comentário