sábado, 13 de agosto de 2011

O MILAGRE DA CURA DE PIERRE DE RUDER (Parte 2)

DRAMÁTICA PEREGRINAÇÃO. Na véspera da peregrinação, a Sra. Marie Wittezaele, junto com o Sr. Edouard van Hooren e seu filho Jules, que voltavam do trabalho no campo, viram a perna supurante. Viram como balançava. Observaram as extremidades do osso quebrado separadas entre si uns três centímetros e aparecendo na chaga. Verificaram que a chaga era "do tamanho aproximado de um ovo de galinha" e cheia de pus. Sentiram o fedor. Viram como "a parte inferior da perna girava".
            No dia da peregrinação a Oostakker, 7 de abril, oito anos e dois meses após a fratura, o guarda-barreira Pierre Blomme acolhera Rudder na sua casa, para que descansasse um pouco do seu esgotamento. Porque da casa de Pierre à estação do trem tivera que caminhar duas horas, apoiado nas suas muletas e ajudado pela esposa, para percorrer somente dois quilômetros e meio. O Sr. Blomme viu o balançar da perna nua, sentiu o cheiro fétido das chagas purulentas e da gangrena, etc.
            Testemunhos do chefe da estação, Sr. De Cuyper, que também conhecia muito bem Pierre de Rudder. Testemunhos dos companheiros de viagem. Sentou-se no trem junto a Jean Duclos e sua mãe. Todos, mais uma vez, viram dona Colete, a esposa de Pierre De Rudder, ajudando-lhe a trocar as bandagens, e observaram a horrorosa situação da perna.
            Em Gand-Sud, Rudder tem de ir de carro puxado a cavalo. O carreteiro debochou do balançar da perna, mas o deboche torna-se um misto de indignação e compaixão quando vê o pus e o sangue escorrendo sobre a carruagem.
            POR FIM, EM OOSTAKKER. Há que caminhar um pouco, no terreno do Santuário. No caminho detém-se para descansar e reza fervorosamente perante o Crucificado no velho Calvário. Está esgotado. Sua mulher, Colete, oferece-lhe um pouco de água que acaba de pegar na fonte da gruta, para reanimá-lo e possibilitar-lhe dar mais uns poucos passos.
         E por fim na gruta. Pierre-Jacques De Rudder está agora diante da gruta de Na. Sra. de Lourdes em Oostaker-Lez-Gand. Reza. Quase chora. Confia muito filialmente na Mãe Celeste.
            E... - Pierre-Jacques De Rudder se levanta, caminha sem muletas entre os bancos dos peregrinos até o pé da imagem de Nossa Senhora, se ajoelha. Só então percebe que caminhara até lá, só então percebe o instantâneo desaparecimento da gangrena, da supuração... Instantânea recuperação dos ossos, da carne... E das forças. Pula, dança, corre cheio de alegria e agradecimento. A esposa cai quase desmaiada de emoção.
            IMEDIATA CONSTATAÇÃO MÉDICA. Em companhia da esposa e de várias testemunhas, Rudder vai ao vizinho castelo da marquesa Alph De Courbourne, dona da gruta, construída às expensas do seu pai. No castelo os médicos tocam, examinam... Médicos e particulares, todos constatam sob as duas cicatrizes limpas e delicadas  e testemunham o fato da cura de Pierre-Jacques  De Rudder.
            No dia seguinte e no outro e no outro... Todos os médicos que antes examinaram e trataram do doente agora vêem e tocam o fato da cura milagrosa.
            Em Jabbeke, na casa do Sr. Charles Rosseel, o dr. Affenaert examina a perna de Pierre De Rudder tanto mais meticulosamente quanto mais resiste a acreditar na cura daquela perna quebrada. Todo o conhecimento do médico é que "foi quebrada, porque encontrava a face interna da tíbia inteiramente lisa à altura da fratura" antes tão conhecida. Por fim o antigo livre-pensador tem de reconhecer: "Você está inteiramente curado. Sua perna há sido fortemente consolidada. Ela está como a de uma criança, e não como a de um homem cuja perna há estado quebrada. Os meios humanos eram impotentes a permitir-lhe caminhar; mas o que não podiam fazer os médicos, pôde Maria".
            Em toda a cidade, invencível curiosidade e emoção. O pároco, Pe. Slock, celebrou uma novena de Missas cantadas em ação de graças. A igreja ficou cheia naqueles nove dias. Contavam-se 500 participantes em várias oportunidades, numa população de 2.000 pessoas.
            "Após sua cura - diz a viscondessa de Bus - nós o conservamos quinze anos como trabalhador" rude e sólido, a quem era preciso mandar que moderasse sua atividade e total dedicação. E nos momentos de descanso, "o encontrávamos quase sempre rezando seu terço. Ele edificava a todos". Com a autorização da viscondesa de Bus, Rudder fez alegremente quase quatrocentos peregrinações a Oostakker, aproveitando os dias de folga, para agradecer sua cura a Deus e a Nossa Senhora.
          
 Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

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